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Berlim

 

    Berlim é a capital da Alemanha. Uma metrópole repleta de história, tanto de prosperidade e revolução como também de violência e sofrimento. Ela é a cidade mais populosa da Alemanha, e a quarta da Europa:

1. Moscou (11,9 milhões)

2. Londres (9,7 milhões)

3. São Petersburgo (5 milhões)

4. Berlim (3.7 milhões)

5. Madrid (3,1 milhões)


    Berlim contemporânea é uma mistura de culturas, povos, cores, arte e música. A tensão histórica é quase palpável, ao andar pelo ponto turístico Checkpoint Charlie, passando por pedaços do muro que dividiu a cidade. Porém, no Mauerpark (literalmente "parque do muro"), em dias de Flohmarkt ("mercado de pulgas"), a alegria, comida e arte contagiam o lugar, tornando o leve e divertido.


    Berlim é dividida por bairros com características singulares. Desde os grandes hotéis da turística Mitte e Tiergarten, até os Späts (se fala [Spéts] e significa "tarde") de Kreuzberg, Berlim pode demonstrar diversas facetas e sempre te surpreender. Seja sair para comer ou para beber, você pode encontrar todas as nacionalidades que você possa imaginar.

    Um terço da área da cidade é composto por florestas, lagos, parques e rios, e assim a cidade é muito arborizada e, no verão, é possível desfrutar de uma certa paz ao caminhar pela cidade, que pode chegar a temperaturas de 36ºc. 

    A história de Berlin também é fascinante. A cidade que passou 30 anos dividia por um muro possui diversas histórias que surpreendem e explicam muito de como funciona a cidade atualmente. Por exemplo, é possível encontrar uma forte influência asiática, de países como Vietnã, Laos e Tailândia, pois na época do regime soviético muitos imigrantes se mudaram para Berlim devido a facilidade (estes países também estavam sob o domínio da União soviética). A cidade localizada na região central da Europa já foi capital do grandioso Reino da Prússia (1701-1918), da "especial" República de Weimar (1919-1933) e do infame Terceiro Reich (1933-1945). Foi após a queda do Terceiro Reich, com a derrota na segunda guerra mundial, que Berlin foi dividida entre o lado Ocidental (controlado por Americanos, Ingleses e Franceses) e o lado Oriental (dominado pelo Regime Soviético). Mas, antes de tudo isso acontecer, é interessante entender a formação da cidade.

O maior símbolo de Berlim (e da talvez de toda Alemanha) é o Portão de Brandemburgo, que foi construído no reinado de outro "Fred", o Frederico Guilherme II da Prússia. Este portão simbolizava a entrada da cidade. Berlin era fortificada com muros, e o Portão de Brandemburgo foi construído no local onde existiam os portões para a entrada na cidade. Então não poderia deixar de mostrar eles, os Portões de Brandemburgo:




Portões de Brandemburgo


     Os primeiros registros históricos de povoações na região são de 1237, quando povos saxões dominaram a em volta do Rio Spree tirando-a do domínio de tribos eslavas. Por volta de 1414 a região foi dominada pelo Sacro Império Romano, o maior império da região central da Europa. A sua grande expansão começou em 1640 quando um monarca local, o Frederico Guilherme I, subiu ao trono e foi nomeado Duque da Prússia e Eleitor de Brandemburgo. "Fred" era um grande admirador do calvinismo e do comércio, com isso fez diversas reformas na região, fortalecendo o ducado da Prússia que, no reinado de seu filho, seria elevado ao status de Império. Foi no reinado de Frederico II que o então reino da Prússia viu sua maior expansão:


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Em seu reinado da para ver que ele era bem agressivo em sua expansão, escolhia uma reta e ia! Ele era uma brilhante mente militar, sua mais brilhante vitória foi na Guerra dos Sete Anos contra todas as potências europeias da época, então basicamente o que eram os aliados na primeira guerra mundial. Ele veio a ficar conhecido como Frederico o Grande (Friedrich der Große).


Para ter uma ideia olhe o mapa comparando a Alemanha atual, e o que o Frederico conquistou:



    O império da Prússia se estendia por todo o norte da Polónia e chegava até a Eslováquia e Lituânia. Parte da Bélgica também pertencia ao império da Prússia. Comparando como quando começou, é um grande avanço.


Mas, o ponto mais expansionista, e também o ponto mais baixo para a moral da história do país, foi no Terceiro Reich, quando Hitler levou ao país que já havia sido derrotada numa guerra mundial alguns anos atrás, para uma segunda derrota contra as forças aliadas que precisaram se unir para derrotar a Alemanha nazista. É interessante pensar que por um período se pensou que a Alemanha sairia vitoriosa dessa guerra, o cenário não estava bom para os aliados. Foi preciso um esforço de muitas vidas para derrotar o Terceiro Reich. Caso nossos antepassados não tivessem feito este esforço o mundo seria muito diferente, talvez o muro que dividiu Berlin ficasse agora em Londres, dividindo a capital do Reino Unido.


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    As ídeias dos líderes no comando do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores- de verdadeiras encarnações da desconexão com a humanidade e no que pode levar ao ódio do ser humano-, eram representadas por figuras como Hitler, Goebbels e entre outros que não merecem menção. Estes dois primeiros foram os principais responsáveis pelo holocausto e a disseminação da cultura anti-semitista. Um período sombrio da história que a Alemanha, em geral, não se orgulha e trabalha continuamente para educar as próximas gerações para que nunca a acontecer.


    Como resultado da segunda guerra mundial Berlim ficou dividida, a parte oeste entre Reino Unido, França e Estados Unidos e a parte leste pela União Soviética. Por 28 anos, 66,5 km de muro, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas, 255 pistas para fuzilamento e ataque de cães e milhares de soldados com ordem de matar, separavam a cidade e as famílias que aqui viviam, entre o lado socialista e o lado capitalista. A fronteira se estendia pelo resto da Alemanha, e simbolizava a famosa "cortina de ferro", que dividia a Europa Ocidental com a União Soviética. 





    Durante esse período houveram diversas divergências entre as potências que controlavam a Alemanha. Enquanto que o lado ocidental queria reconstruir e tornar a Alemanha auto-suficiente, estendendo o Plano Marshall para esta, o lado oriental não colabora, escondia informações e se recusava a reconstruir as zonas devastadas pela guerra. Assim, assistindo este descaso por parte do Partido Comunista, os cidadãos da RDA (República Democrática Alemã) se deslocavam em grande número para a RFA (República Federal Alemã). Isto enfurecia Stalin, e seu sucessor, Nikita Khrushchov, que queriam aumentar sua influência na Alemanha e no resto da Europa. Foram então impostos diversos bloqueios e restrições para evitar essa fuga de capital humano. 


As pessoas


As pessoas em Berlin são "komisch" (que significa estranho, peculiar). Falei isso para minha professora de Alemão, Melanie, e ela riu muito e concordou. Ela nasceu em Düsseldorf, no oeste da Alemanha, e lá, as coisa são diferentes. As pessoas interagem mais umas com as outras, são mais abertas, e é considerada a zona festeira da Alemanha. Em Berlin, ao você sair do aeroporto, pegar um trem de Schoenefeld para Alexanderplatz, já irá notar que alguns tantos rapazes de, 20-30 anos geralmente, profanam uma mensagem a todos pedindo dinheiro educadamente com seu copo de café. E isso é o menos peculiar que eu posso te dizer sobre as figuras que encontro. Ao chegar na Alexanderplatz podes ver, muitas vezes pela manhã mesmo, pessoas idosas bebendo e conversando. Mochileiros, Punks, traficantes, donas de família andando pelo transporte público com suas famílias, todas as nacionalidades que você possa imaginar coexistem com uma distância além de tolerável, chegando a ser um pouco incômoda. Ninguém conversa nas estações, dos trens, na rua. Se você esbarrar com alguém e falar Entschuldigung (desculpe) vai apenas receber um olhar estranho ou às vezes nem isso. O atendimento ao cliente é uma das coisas que eu mais achei impressionante, um paradoxo real do que é a Alemanha. Mentes tão brilhantes, que produzem carros como Mercedes, BMW, Audi, mas também tão difíceis de lidar. Parece que o vendedor está fazendo um grande favor para ti ao vender algum produto. Claro que existem exceções, mas com toda certeza, no geral Berlin não é uma cidade “customer-friendly”.


    Minha cortina é grande, grande demais. Fica arrastando no chão, então eu precisava encontrá-la. Fui então a uma loja que fica na frente do apartamento onde estou morando. A loja se chama Paul Knopf, e é uma pequena loja de um senhor berlinense, o Paul. Uma curiosidade é que ele tem um carro igual ao dos Ghostbusters, mas também, pouco tenho a acrescentar positivamente deste senhor além disso. Ao entrar na loja já foi difícil o encontrar, porque estava escondido atrás do balcão trabalhando em alguma coisa que agora me falha a memória. Dentro da loja só tinha eu, ele e mais uma moça que estava olhando alguns tecidos em outro balcão. Comecei falando em alemão, já me explicando que estava aprendendo e poderia falar em inglês. Ele disse que sim, e perguntou o que eu queria, então disse a ele que precisava de um feltro, pois Mellanie me tinha dado a ideia de com o ferro prender o feltro na cortina. A partir daí, ele foi a pior experiência que tive na vida em questão de descaso com o cliente. Ele começou a repetir e repetir que não sabia o que eu queria, que ele não tinha nada que pudesse fazer, e praticamente me pedindo para ir embora. Começou a pegar uma mesa do fundo da loja para colocar para a frente, sendo que eram 14:00, então ele já devia muito bem ter organizado tudo para o dia. Ainda tentei ser educado e falar que poderia estar enganado e pedi sugestões do que eu poderia fazer, mas ele simplesmente me disse que não tinha ideia de como fazer e que precisava trabalhar. Muito, mas muito estranho mesmo.


Comida


    A comida de rua é tão boa quanto os restaurantes mais prestigiados. Eu admito que não sou muito chegado ao famoso Currywurst (que é basicamente uma salsicha com diversos temperos, entre eles o curry, acompanhado de batatas fritas), mas uma coisa que ganhou meu coração desde a primeira vez que eu provei foram os Gemüse Kebab, seja tanto o Dürüm quanto o Döner (um é enrolado numa espécie de massa enquanto que o outro é no pão Sírio). Caso você seja fit, e não quiser pão no prato, pode pedir num prato ou numa caixa. Um prato que surgiu no Império Otomano e foi replicado em diversos países do mediterrâneo, como na Grécia, onde os Gyros são basicamente a mesma coisa. No Brasil é tanto conhecido como "Churrasco de Grego" como propriamente o Kebab. É preparado da seguinte maneira: rodelas de carne temperadas e marinadas são colocadas em camadas no espeto vertical e grelhadas à parte. Gemüse significa "vegetal", e é agora que entra essa parte: alface, pimentão, tomate, cebola, picles e dependendo do lugar ainda mais legumes. Os molhos são de sua escolha, mas, eu recomendo colocar todos, dando assim uma explosão de sabores no seu paladar (cuidado com o Chilli pois ele é picante mesmo).  O mais famoso Currywurst é o Curry 36, e o mais famoso Kebab é o Mustafa Kebab, e olha só, por sorte os dois são perto um dos outros, em Mehringdamm, logo ao sair da estação. Espere bastante fila nesses lugares (já esperei 1 hora para conseguir comer o Mustafa). Para final de noite, esse é um lugar ideal, pois fica aberto até 5:00 da manhã.



    Agora, se você quiser ir a um restaurante existem diversas opções também. O restaurante Austria, na famosa Bergmannstrasse, é um restaurante de, como o nome já diz, comida típica austriaca. O Schnitzel deles é muito bom, assim como o Apfelstrudel. Agora, se você quer um restaurante típico Alemão, vai ser um pouco mais difícil de encontrar, porém o Mommsen-Eck, em Charlottenburg, é o que eu mais recomendo. Em Berlin, por incrível que pareça, é difícil de encontrar restaurantes típicos alemães. Devido a forte influência internacional, é mais fácil encontrar um restaurante Vietnamita do que um Alemão. E falando em culinária Vietnamita, preciso falar sobre o meu restaurante favorito, o Chez Dang, na Ohlauerstrasse. Os pratos porém, derivam do Sudeste Asiático, onde está as raízes dos fundadores do restaurante. Tem opções veganas e sem glúten. Eu recomendo o prato Color of Love, que vai bambu, berinjela, pimentão e é servido com arroz (cuidado porque ele é um pouco picante).



A infraestrutura


    Para mim é o ponto forte da cidade. A variedade de meios de transportes, eficientes e pontuais, é impressionante. Você pode ir para qualquer lugar na cidade em torno de 30 minutos. Todas as vias principais da cidade tem faixa para bicicleta ou ciclovia na calçada, o que torna a ideia de ter um carro para usar de transporte diário um sentimento de luxo apenas. Além de moderna, segura e eficiente, a cidade consegue ser também bonita e arborizada. Não é a das mais limpas, como uma grande cidade, com variadas nacionalidades e culturas, algumas pessoas jogam lixo na rua onde não deviam. Mas também o sistema de tratamento de rejeitos é bem eficiente.

    A polícia na cidade responde muito rapidamente aos chamados, dando uma sensação de segurança maior. Eu nunca sofri nenhum atentado, porém já presenciei um. Por volta do meio dia, no metro de Blissestraße, um homem foi assaltado e sofre um corte com uma faca. Rapidamente uma outra pessoa que estava no local e chamou a polícia. Acredito que tenham se passado uns 5 minutos, no máximo, até a polícia chegar. Claro, que esta hora o bandido já estava longe, mas isso mostra que o tempo de resposta é grande. Já me disseram, contudo nao consigo confirmar, que existem diversos policiais a paisana espalhados pelos bairros, e assim eles conseguem ter um atendimento mais eficiente.

    A área da saúde também é muito eficaz, mas vale lembrar que é obrigatório ter um plano de saúde para morar na cidade. Para quem não tem um plano de saúde e sofre algum acidente a conta é muito alta.


Berlin é uma cidade de muitas facetas, cada bairro tendo suas características específicas. Já vi algumas pessoas falarem que às vezes não sabem em qual bairro que estão, porque acham que todos são iguais. Para mim isso está longe da verdade, visto que como falei anteriormente, todos os bairros tem detalhes únicos. Na próxima seção irei detalhar os bairros onde eu já estive e as coisas que eu vi.


Os bairros mais famosos são:


Mitte


    Mitte (Centro) é o bairro mais histórico, onde estão localizadas as principais atrações da capital germânica. Aqui está localizado o famoso Portão de Brandemburgo, a prestigiosa Universidade Humboldt, a moderna Potsdamer Platz, a interessante Ilha dos Museus (onde fica o Museu Pergamon), a grandiosa Fernsehturm (literalmente torre de televisão) que fica localizada na Alexanderplatz (a praça mais famosa de Berlim), a majestosa Catedral de Berlim e entre outros pontos de interesse de turistas.



    Aqui também está localizado o memorial do holocausto. Ele fica muito perto do Portao de Brandenburgo e é uma constante memória da tragedia que foi causada pelo governo nazista da Alemanha. Ele não é bonito, mas sim impactante.




Mitte então é o bairro mais turístico da capital alemã. Com isso tudo é caro, desde restaurantes até lojas. A universidade mais antiga de Berlim, a famosa Universidade Humboldt foi fundada em 1810, criada pelo prussiano Wilhelm von Humboldt e influenciou outras universidades do leste europeu.


O mais antigo Zoológico da Alemanha também está localizado em Mitte. Este tem como atração principal os pandas e também é tido como o Zoo com a maior diversidade do mundo. Por não concordar muito com a ideia de enjaular animais e cobrar para vê los, eu nunca fui neste lugar, mas as pessoas que me falam sobre ele o consideram caro demais.


Além de ter essa toda grandiosidade, Mitte também apresenta requintes interioranos. O Nikolaiviertel (quarteirão de Nikolai), construído em volta da Igreja de São Nicolau, é um dos lugares mais antigos da cidade, e suas pequenas ruas e restaurantes aconchegantes dão a impressão que voltamos para a idade média. Dentro de Mitte ainda se encontram outros “sub-bairros”, como Moabit.

    Moabit é um bairro residencial localizado na região central de Berlim, um pouco mais para leste. Este bairro é rodeado por canais e está a norte do Tiergarten. A Hauptbahnhof (estação central) está localizada neste bairro, assim como o Hamburger Bahnhof, um museu de arte contemporânea. Um bairro que antigamente era habitado por trabalhadores do setor industrial, pertencia ao distrito Britânico quando Berlim estava dividido e fazia fronteira direta com a parte socialista. Similar a Kreuzberg, Moabit atraiu muitos estrangeiros por apresentar moradia barata e uma posição central. Devido a estes fatos Moabit enfrentou problemas com violência e tráfico de drogas, porém hoje em dia ocorre um processo de gentrificação. Muitos estudantes e artistas estão se mudando para o bairro pelos aluguéis baratos.

Muitas pessoas se referem a Moabit também como o bairro de presidiários, pois neste bairro a Corte Criminal Central (Strafgericht) julga e condena casos e envia os criminosos para um centro de detenção, também localizado em Moabit.

Ainda dentro do Mitte, está sub-bairro de Tiergarten (jardim dos animais). O nome vem do maior parque de Berlim, que anteriormente funcionava como lugar de caça para os reis da Prússia. Muito turístico, dentro do parque encontram-se vários monumentos arquitetônicos, como o Siegessäule (Obelisco da Vitória), que inicialmente estava de frente para o Reichstag mas foi movido para sua posição atual em 1937.




Schöeneberg


Schöeneberg é um bairro de classe média-alta, famoso por ser amigável com a comunidade LGBTQIA+, localizado ao sul do Tiergarten e entre Charlottenburg e Kreuzberg. É neste bairro que estou estudando alemão, na Die Neue Schule. O bairro é muito bonito, possui muitas opções gastronômicas e bares. Schöeneberg (montanha bonita) que apesar do nome não tem nenhuma montanha, é um dos bairros mais internacionais de Berlim.  Nele está localizado o Mr. Gyros, o melhor restaurante de Gyros (comida grega que se parece com um döner) da cidade. Já perdi a conta de quantas vezes visitei o simpático senhor grego que cozinha esse maravilhoso Imbiss (comida de rua).

Foi neste bairro que o então presidente dos E.U.A proferiu um famoso discurso com a frase “Ich bin ein Berliner” (Eu sou um Berlinense). Alguém apenas esqueceu de lhe avisar que Berliner para o resto da alemanha significa “donut”. Apesar da pequena gafe, a praça em frente ao local onde foi proferido o discurso acabou ganhando o nome do yankee, John-Kennedy-Platz. Outra celebridade que fez história em Schonenberg foi David Bowie, que escolheu este bairro para morar no tempo que ficou em Berlim. O bar que ele mais frequentava é bem temático para o artista, mas, na minha opinião não é lá grandes coisa.

Aqui também é encontrado o KaDeWe, uma das maiores lojas de departamento da Europa, com 60 mil metros quadrados. Muito bom para turistas, mas também um tanto pro caro, existem outras opções melhores para se fazer compras na cidade.

O bairro possui muitas facetas, áreas chiques, áreas com alta criminalidade, áreas históricas e áreas comerciais. É um dos bairros mais completos de Berlin e muito procurado atualmente para moradia, o que aumenta assim o preço dos imóveis.


Charlottenburg


Charlottenburg é um bairro a oeste do centro de Berlim. Por muito tempo é conhecido como uma área sofisticada da cidade, pois tem muitas lojas de luxo e apartamentos de elevado padrão. Isto é evidenciado em sua rua mais famosa Kurfürstendamm, uma versão da Champs-Élysées (prestigiada rua de Paris). Esta região mescla de maneira elegante história e futuro, como por exemplo com a Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche (Igreja da Memória), uma igreja que foi destruída parcialmente durante a Segunda Guerra Mundial, mas se manteve deste jeito, para simbolizar a destruição e os horrores da guerra. O bairro também tem grande influência asiática, proveniente da Guerra do Vietnã, que foi quando aconteceu uma grande imigração vinda do leste. Isto fica em evidência ao observar os restaurantes asiáticos do bairro, que estão em maioria.


Kreuzberg


    Eu moro bem no centro de Kreuzberg, então é o bairro que tenho mais familiaridade. Posso estar puxando sardinha pro meu lado, porém para mim é o melhor bairro de Berlim! É um bairro com uma intensa vida noturna, excelentes opções gastronômicas, parques, cinemas, mercados etc. Kreuzberg tem de tudo. Não consigo mascarar a apreciação que tenho por esta zona de Berlim.


    É um bairro de grande influência turca, andando pelas ruas de Kreuzberg você já nota isso. A maioria das lojas são de turcos e a maioria das pessoas que você vê nas ruas também são turcas. Também é um bairro de jovens e na década de 90 sofria grande influência de movimentos "Punks". Um lugar muito urbano mas que, como Berlim em geral, tem uma grande área verde.

    Meu lugar favorito do bairro é a parte em torno do Landwehr Canal, é lá onde todo dia eu faço meus exercícios, corro e vou para aproveitar o final de tarde. Na rua Carl-Herz-Ufer podemos encontrar um Biergarten e um Weingarten, um ao lado do outro. O Biergarten é o Restaurante Brachvogel, e eu já fui lá para comemorar o aniversário de um amigo. É um lugar muito agradável, espaçoso, com uma grande área externa. O Weingarten é um grande casarão antigo, tipicamente alemão. Nunca fui, porém ele tem uma boa aparência e já me foi recomendado muito bem.




    Os parques que Kreuzberg apresenta são: Park am Gleisdreieck, ViktoriaPark e o Görlitzer Park. Porém, existem aos redores de Kreuzberg outros parques também vale a pena visitar, são eles: Hasenheide Park e o Tempelhofer Feld. Este último é situado em um antigo aeroporto, portanto tem espaço que não falta mais. Nele você pode encontrar diversas pessoas fazendo picnik, um campo de minigolfe, um café e outras atividades. O ViktoriaPark é particularmente bonito. Ele é em um morro, com uma cachoeira descendo ele. Bem arborizado e paisagista. Porém, ele não tem uma manutenção tão regular quanto os outros, então por vezes pode estar um pouco sujo. O Gleisdreieck é uma parque grande, bem cuidado e com algumas cervejarias além de cafés. É um parque que foi construído em cima de trilhos de trem desativados, então ao andar por ele você irá encontrar trilhas que percorrem estes trilhos.


Neukölln


Neukölln é a “Pequena Istambul” de Berlim. O bairro mais internacional da cidade conta com uma grande influência turca e árabe, que é visível em sua avenidas principais. Tanto ao olhar a nacionalidade das pessoas na rua como as sua lojas e restaurantes. Nem parece que estamos em uma cidade Alemã. Restaurantes árabes, pastelarias turcas, lojas de vestidos de noiva, casinos, bares de hookah (narguile) e supermercados turcos são apenas alguns dos estabelecimentos que dão este ar do oriente médio. É comum você entrar em um restaurante do bairro e todos os atendentes apenas falarem árabe. Além disso, muitos estudantes e artistas também escolhem este bairro para residir, devido ao seu baixo custo de aluguéis. Muitos bares, clubes e outras atividades noturnas também podem aqui ser encontradas. Uma dica que dou é o rooftop do bar Klunkerkranich, onde você tem uma vista para toda Berlim. O mercado turco ao longo do Landwehr Canal também é muito famoso e nele você pode encontrar diversas opções frescas e baratas de frutas, legumes, pão e produtos de origem turca.



Muitas vezes retratado como um bairro perigoso, devo dizer que ainda não encontrei justificativa para isso. Sempre fui muito bem tratado neste bairro e devo dizer que o atendimento dos turcos chega até ser melhor do que de alemães, que tendem a ser mais grosseiros e presunçosos. Aliás, em outros bairros que são considerados melhores, já ouvi relatos de violência incomuns. No entanto, vale dizer que o bairro abriga muitas gangues turcas que controlam pontos de tráfico de drogas, o que então pode ser um motivo da aparente “tranquilidade” do bairro (os traficantes não querem chamar a atenção da polícia para a porta de sua casa).


Friedrichshain


Assim como Kreuzberg e Neukölln, Friedrichshain é um dos bairros de Berlim com a maior vida noturna. Bares, restaurantes, clubes e lojas hipsters colorem este bairro que está localizado ao norte de Neukolln e a leste do Mitte. Em geral os moradores deste bairro são mais jovens, alternativos, estudantes e artistas. Neste bairro está localizada a East-side-Gallery, um trecho remanescente do muro de Berlim que foi pintado por diversos artistas ao redor do mundo, simbolizando paz, união e progressismo. 




Também nesta área podemos encontrar diversos prédios no estilo socialista, principalmente na avenida Karl-Marx, onde dois enormes prédios idênticos estão um de cada lado da avenida na junção com a avenida Frankfurter. Mas ao mesmo tempo o bairro oferece inúmeras opções de arte contemporânea, underground e alternativa. Na RAW Gelände, um complexo de prédios e galpões, encontram-se diversos bares, clubes, pistas de skate indoor, locais para eventos e diversas exposições de artistas locais. O mais famoso club de techno de Berlim, e talvez do mundo, está neste bairro, o Berghain.

O bairro pré segunda guerra mundial era predominantemente industrial, e durante a guerra foi fortemente bombardeado. Após o término do conflito e bairro ficou pertencendo ao lado comunista, e diversos movimentos de esquerda se originaram lá. Até mesmo após a queda do muro este bairro permaneceu de esquerda. Hoje em dia muitos prédios estão restaurados e perderam um pouco a essência, existe um grande movimento de “embelezamento” do bairro, tornando assim os aluguéis mais caros.


Alt-Treptow


Se Neukölln e Friedrichshain sao tem tendencias comunistas, Alt-Treptow é uma pequena St. Petersburgo em Berlim. O antigo bairro sede da DDR fica na parte oriental da cidade e tem uma atmosfera interiorana, mas também muito charmosa. Aqui tem um memorial soviético/anti-nazista, que simboliza os soldados mortos na libertação de Berlim. Os moradores do bairro são, em contraste com Friedrichshain, mais idosos de classe-média. Porém, diversas famílias e jovens estão se mudando para o bairro, devido ao seus baixos valores de aluguéis e distância não tão longa de bairros como Kreuzberg e Neukölln. A arquitetura do bairro reflete isso, com uma mescla de prédios antigos, da época imperial e muitos prédios sendo reformados. O Treptower Park é o parque mais famoso do bairro, e também o centro das atividades recreativas dele. 


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